eu tentei. tentei provar-te o quanto valias a pena, o quanto te amava. tentei perdoar-te tudo aquilo pelo qual já me fizeste passar e tentei redimir tudo aquilo que já sofreste por minha causa. tentei dar-te tudo aquilo que nunca tinha dado. tentei mostrar-te o quanto me arrependo de te ter deixado ir embora, de te ter magoado. tentei falar com todas as pessoas à minha volta que pudessem ajudar. tentei ser forte, tentei dar-te espaço, tentei fazer-te perceber que podia tratar de ti. tentei. e tentei uma, duas, três, muitas vezes. mas tu não quiseste saber, já nada te importava.não quero a tua pena para nada, nem as tuas mãos geladas em cima das minhas, nem os teus olhos vazios a olhar os meus. simplesmente, já não te quero para nada. porque já nada daquilo que procuro reconheço em ti. és só um estranho, num corpo que um dia já foi meu. e, por isso, tornei-me também uma estranha, num corpo que um dia foi teu. o facto de teres gozado com os meus sentimentos, de forma extremamente cruel e insensível, juntamente com o facto de não me respeitares, fez-me perceber que, realmente, não vales a pena. tal como não vale a pena tentar falar contigo, fazer-te perguntas e esperar que me dês as respostas que eu mereço. Não me conheces, não sabes nada de mim. não sabes nada. se soubesses, já terias percebido há muito tempo que eu nunca seria capaz de te deitar fora, fosse por quem fosse. por muito ausente que te parecesse estar, nunca me iria verdadeiramente embora. porque tu eras eu e eu era tu; porque o nosso amor era maior que tudo, era mais forte do que tudo. tal como já terias percebido como eu adoro que me façam festas no cabelo, como eu adoro quando me dão a mão; não percebes nada da minha vida, muito menos me conheces. aquilo que sabes de mim é tudo aquilo em que me tornei por tua causa; são todas as vezes que não te resisti. infelizmente, nem tudo o que sabes corresponde à realidade, da mesma forma que nem tudo aquilo que te disse corresponde aos meus verdadeiros sentimentos. foi sem querer se te disse que já não te amava; foi sem querer que descobri a forma vazia e irreal como falas de mim. é como se eu te tivesse virado costas e te tivesses conformado com a situação sem grandes problemas; é como se sempre soubesses que naquele dia seria o fim e é como se pudesses apagar-me do teu passado da forma mais silenciosa e discreta de todas. julguei que podíamos ser amigos, e, mais uma vez, apercebi-me do quanto errada estava. não compreendo tanto desprezo nem tanta infantilidade quando sabes, se me conheces tanto como dizes, que bastava uma resposta para tudo se resolver. tu sabes que eu só queria saber o porquê, tu sabes que eu te deixaria em paz depois de olhares nos meus olhos e me dizeres o porquê. sabes, mas não queres. preferes que seja assim. preferes ver-me a cair, uma e outra vez. preferes fazer-me cair, só pelo prazer de sentires que saíste vitorioso da minha vida e eu perdedora da tua. se eu ainda quisesse morrer de amor por ti, colaborava totalmente e dava-te o espectáculo que há tanto tempo queres ver. o problema é que já não quero.como te disse, já não vales a pena.se ainda fosses meu amigo, se tivesses sido correcto, se não tivesses planeado tudo de forma a me fazeres cair, totalmente desamparada, valias a pena. e eu ia atrás de ti, com todas as minhas forças, mostrando-te o quão especial consegues ser sem a bateria, e um monte de gente à tua volta. e o quão orgulhosa eu estava de ti por teres mudado apenas por minha causa. mas, afinal, tu nem mudaste. achas-te melhor só porque alguém te disse que és melhor sem mim, completamente livre para teres tudo aquilo que queres. agora já ninguém te chateia por teres comentários de gajas no hi5, nem por não dares a devida atenção. agora, és livre. és tão livre como quando me conheceste, e tão feliz como eras antes de mim.a única diferença é que agora és só mais um espaço por preencher e não um ponto de passagem. agora já não tens ninguém a quem revelar os teus segredos, já não tens ninguém que se queira deitar na tua cama e mostrar-te o mundo de forma diferente, já não tens ninguém que faça tudo para estar contigo, já não tens ninguém capaz de fugir de casa só para te ver. agora já ninguém interfere de forma directa com o teu sorriso ou com a ausência dele, agora já ninguém procura tanto os teus braços como eu já procurei.agora, és só mais um. és só mais um idiota, a tentar convencer-se a si próprio que atirando-se a todas e indo para a cama com todas é mais feliz do que quando tinha alguém que verdadeiramente se importava com ele. e como és só mais um, não me importo rigorosamente nada contigo.não me importo se tens frio, se tens medo, se precisas de mimos, se precisas que te abram os olhos, se precisas que acreditem em ti. não me importo se morres todos os dias mais um bocadinho ou se a cada dia que passa me desiludes mais do que alguma vez imaginei.eu tentei ficar contigo. tentei mostrar-te o que mudou durante o tempo em que estivemos afastados, tentei mostrar-te o quanto valíamos a pena e o quanto eu te amava. tentei muito, com todas as minhas forças. e tu tentaste, da mesma forma, afastar-me e magoar-me até eu já não aguentar mais. tentaste mas, tal como eu, que não consegui trazer-te de volta, também não conseguiste explorar o meu limite. um dia, vais sentir falta. vais sentir que os amigos, as festas, a bateria, a música, não substituem tudo. aí, vais olhar para trás e perceber o que te tento dizer.

até lá, não espero por ti. não espero mais por ti; nunca mais. já não vales a pena.

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