'custa-me a acreditar que ainda resta algo deste amor. deixei que as recordaçõs, que os segredos e que as palavras me escapassem das mãos, rasguei as páginas do diário que tinham o teu nome e apaguei a tua presença na minha rotina. na tua ausencia, já vi o sol a brilhar e as praias a encherem, as folhas a cairem e as ruas a ficarem vazias, a chuva a cair e o chão a ficar escorregadio, e agora, agora vejo o frio invadir a cidade e os dedos a gelarem tal como o coração devido à falta de amor. vou caminhando pelas ruas desta cidade, enquanto me mentalizo que estás fora, que o tempo que passou tem que ser suficiente para levar as recordações que foste deixando enquanto perdias o teu precioso tempo a conquistar-me. confesso que as palavras que te tenho escrito, são apenas um inutil meio para chegar a ti, para entrar dentro do teu coração e fixar-me nele para sempre. ando a matar o tempo, enquanto tu não morres dentro de mim, enquanto espero que alguém me proponha um futuro em que tu não faças parte do elenco principal. é difcil explicar a terceiros o que sinto e a razão pela qual não exijo que me fujas na memória. o mundo parece, na maioria das vezes, não perceber o quanto é bom ter-te por perto, o quanto é confortante ouvir a tua voz e sentir-te a tocar-me no cabelo. dizem-me louca quando afirmo que só acredito que te posso amar e atingir a plenitude contigo por guardar a certeza que tudo o que havia para estragar, nós já estragámos, que somos diferentes e superiores, que amamos e vivemos de maneira diferente, que não precisamos de grandes carros, grandes casas, grandes planos para atingir a felicidade. por mim era amor e uma cabana já ao virar da esquina, pode ser pouco o que resta deste amor, mas ainda é o suficiente para adormecer nos teus braços, perder-me nos teus olhos e voltar a sentir-me protegida. é preciso amar para odiar, e eu juro que odeio este nosso amor rebelde e demasiado livre, por um dia o ter amado de mais. já não há nada que faça o tempo voltar atrás, mas mesmo que houvesse, apaixonar-me-ia da mesma maneira, com a mesma intensidade, cada dia um pouco mais, até chegar à plenitude e poder largar-te de novo. hoje desisto de te procurar entre ruas estreitas e limito-me a encontrar-te em mim, no meu coração, no que ainda resta deste nosso amor que eu tanto gosto de questionar. ' (al)
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